A música é sem dúvida um dom do ser humano. Ela esteve (e está) presente em todas as culturas ao longo da história, expressando sentimentos, unindo grupos e sociedades, revelando de forma objetiva, leis universais e espirituais. Fazer música parece ser algo indissociável da condição de ser humano, algo a que todos aspiramos e sentimos uma grande satisfação quando realizamos.
Na sociedade atual, infelizmente, poucos tem tido acesso a um desenvolvimento musical. A música foi por várias décadas banida dos currículos oficiais e raptada do dia a dia das pessoas, para se tornar um artigo de luxo em mega shows e performances de virtuoses. O resultado disso é que um grande número de pessoas se sente impossibilitado de vivenciar de forma plena, como sujeito, todo o prazer e transcendência que a música pode oferecer, mesmo nas suas manifestações mais simples e singelas.
50: Elvis começa o sucesso mundial.
60: Nos anos sessenta os Beatles lançaram o grande álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", que foi um grande sucesso de críticas e de vendas. Os anos sessenta teve a penetração do rock, com isso a música romântica passou a ser qualificada como cafona, principalmente pela juventude da época.
70: Os anos setenta foram palco para vários cantores ditos populares. Em 1977, Billy Joel lançou o álbum "The Stranger", que tinha a música "Just The Way You Are", um dos maiores sucessos da década, ganhando inclusive o Grammy de melhor canção.
80: Nos anos 80 uma das músicas da época de maior sucesso foi "That´s What Friends Are For", gravada por Dionne Warwick em parceria com Gladys Knight, Stevie Wonder e Elton John.
O pop tem começado no fim dos anos 80.
90: O pop retorna com força com Spice Girls e Backstreet Boys .O último gênero de rock a se tornar moda nos 90 foi o metal que misturava rock, rap e música eletrônica. Os maiores grupos foram Korn e Limp Bizkit.
XXI: No século XXI, a música tomou um rumo bem diferente dos séculos passados. Surgiram músicas bem diferentes, que algumas no início tiveram preconceitos, como o rap, o funk, o pagode, o psy trance, etc. Esses estilos tiveram mudanças não só na música, mas também no visual dos jovens de hoje em dia.
Tempo e cultura
pode dar nisso
Assunto: ENC: Música através dos tempos
Para os românticos, realmente.
Bons tempos...
como viverão nossos filhos em 2020 ?
Anos 10 - Ele de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da janela dela,
canta :
"Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento? Quisera
saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento.Quem sabe se és
constante, se ainda é meu teu pensamento e minh'alma toda de fora, da
saudade, agro tormento!"
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Anos 20 - Ele de terno branco e chapéu de palha, embaixo do sobrado em
que ela mora, canta:
"Ó linda imagem, de mulher que me seduz! Ah, se eu pudesse tu estarias
num altar! És a rainha dos meus sonhos és a luz, és malandrinha, não
precisas trabalhar."
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Anos 30 - Ele de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela
mora, canta :
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus
esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor de mais ativo olor,
que na vida és preferida pelo beija-flor"
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Anos 40 - Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para a
Rádio Nacional e manda oferecer a ela uma linda música :
" A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua, costuma se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade
buscar"
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Anos 50 - Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de
uma bela bossa:
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem
e que passa, no doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do
sol de Ipanema.O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda
que eu já vi passar."
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Anos 60 - Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"... Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é
maior que o meu amor nem mais bonito, me desespero a procurar alguma
forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você."
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Anos 70 - Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abre a
porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
" Foi assim, como ver o mar. A primeira vez que os meus olhos, se viram
no teu olhar, quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e
vinha pra ficar... "
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Anos 80 - Ele telefona pra ela e deixa rolar um som :
"Fonte de mel, num olhos de gueixa, Kabuk, máscara. Choque entre o azul
e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol."
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Anos 90 - Ele liga pra ela e deixa gravada uma música, na secretária
eletrônica :
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há
caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a
gente não faz por amor? "
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Ano 2001 - Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por
e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar
muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te
cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim!"
Bons tempos aqueles.....
Bons mesmos!!!
ORIGENS DA MPB
Quando os portugueses embarcaram aqui, já encontraram os índios e sua música, mas a rigor considera-se o início da música popular a partir do ano de 1550. Francisco de Vacas, morador da Capitania do Espírito Santo, foi nomeado provedor da Fazenda e juiz da Alfândega em 1550.Nascido em Portugal em 1530, morreu por volta do ano de 1590. Vacas foi considerado "o primeiro músico de renome e da maior importância na evolução da música popular brasileira". Ele foi citado por Duarte da Costa, em 1555, como "cantor eclesiástico e metido em confusões policiais, tendo inclusive agredido um aluno..."Era bandurrista , viola renascentista, em forma de oito, com cravelha própria.
Portugal deu ao Brasil, o sistema harmônica tonal, desconhecido dos índios , e as primeiras danças européias ( a dança de roda infantil, o reisado e o bumba-meu-boi, entre elas ). Além de ter trazido para cá os instrumentos como a flauta, o cavaquinho e o violão.
Trouxe também para cá o negro da África a partir de 1538. Com os negros, vieram novas danças (jongo, lundu, batuque e diversas outras) e a polirritmia. Aos outros instrumentos se somou o agogô, o ganzá, o agê , o xerê e outros.
Mas foram os jesuítas, os verdadeiros responsáveis pela mistura de influências, através da catequese da Companhia de Jesus. Ainda nesta mistura há outras influências como o espanhol (repertório gaúcho) e do francês ( cantos infantis ).
CHORO
A partir do século XVIII, os modinheiros encantavam a corte com sua melodias suaves e sentimentais. A modinha, de origem portuguesa , foi abrasileirada por gente como o mulato Domingos Caldas Barbosa, o maestro Carlos Gomes, Xisto Bahia, o padre negro José Maurício e , mais tarde Catulo da Paixão. A partir de 1870, nas reuniões musicais, os violões e cavaquinhos começaram a dar um tom abrasileirado às influências européias.
E surge o choro, como gênero. Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e Chiquinha Gonzaga ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões) E surge o choro, como gênero.
Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH (Oden, Apanhei-te Cavaquinho) e CHIQUINHA GONZAGA ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões . PIXINGUINHA que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista. Aos 20 anos, PIXINGUINHA já era autor de Rosa e Sofres porque Queres. Suas músicas,entre centenas: Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água.
Surgem outros nomes como:
Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira ( pistão ), Luiz Americano ( clarinete ) , Abel Ferreira ( saxofone ), Altamiro Carrilho ( flauta transversal ), Waldir Azevedo ( cavaquinho ) , Garoto ( multi - instrumentista ), Luperce Miranda ( bandolim ), Jacob do Bandolim ( bandolim ), etc.
Os grupos de choro tinham uma estrutura harmônica típica de suporte, o que chamamos de regional: um cavaquinho no centro, um ou dois violões de base e um de sete cordas, um pandeiro e um ou dois instrumentos solistas.
Os mais famosos grupos foram os de Benedito Lacerda e Pixinguinha. Também o ÉPOCA DE OURO (com Jacob do Bandolim) e o de Claudionor Cruz.
Foi também nos anos 30 que surgiu, em João Pessoa, a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo. Uma orquestra de sonoridade jazzística que misturava uma típica big-band de textura americanizada (foxes e baladas) com o choro, sambas e frevos.
O choro ficou esquecido nas décadas de 50 e 70. Mas, a partir de 1975 o choro reviveu, surgindo novos grupos.
SAMBA
O samba é a própria identidade nacional brasileira. Desde 1870, o cruzamento de influências entre o lundu ( origem africana ), a polca, a habanera, o maxixe e o tango começou a produzir um tipo de música que tendia ritmicamente para o samba.
Nos fins do século XIX, costumava-se designar como samba as festas de dança de negros escravos. Foi nessa época que começaram a se tornar tradicionais as reuniões nas casas das velhas baianas que haviam emigrado para o Distrito Federal
E destas festas surgem os maiores talentos musicais da época: HEITOR DOS PRAZERES, PIXINGUINHA, DONGA, JOSÉ BARBOSA DA SILVA, JOÃO DA BAIANA e muitos outros.
Surgem novos nomes com os progressos do rádio e do disco. Além de Ismael Silva, Nilton Bastos, Armando Marçal surge FRANCISCO ALVES, como o mais importante cantor da época. Chamado "O REI DA VOZ ", foi durante duas décadas uma espécie de Gardel brasileiro. Sua morte num acidente automobilístico comoveu o país, nos anos 50.
Nos anos 30 surgem nomes como Henrique Foréis ( o Almirante ), Carlos Alberto Braga ( João de Barro ) e Noel Rosa, um menino com o queixo defeituoso e que largou da medicina para se tornar um dos maiores sambistas de todos os tempos. Rádio, música, samba e violão não eram atividades de gente decente, daí os apelidos.
Noel de Medeiros Rosa ( 1910 / 1937 ) deixou mais de 250 músicas em somente 7 anos como compositor. Começou a gravar aos 19 anos e morreu de tuberculose aos 26 anos.
De um encontro entre Noel e Ismael surge uma nova forma de fazer samba, que misturava o morro e a cidade. Noel contribuiu para uma estruturação do que podemos chamar de samba urbano, que influenciaria compositores como Ary Barroso ( Minas ), Dorival Caymmi ( Bahia ) e mais tarde Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Do Estácio surgem nomes como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Geraldo Pereira.
Dos anos 30 aos anos 50, o samba experimentou outras nuances,com os nomes de Ary Barroso ( AQUARELA DO BRASIL ) e Dorival Caymmi e Moreira da Silva com o Samba-de-breque, propositalmente concebido com alguns "buracos " a serem preenchidos por um tipo malandro de improviso. A maior parte dos compositores não gravavam suas próprias músicas, ficando a cargo de cantos e intérpretes a divulgação de suas músicas. Temos então nomes como : MÁRIO REIS, ORLANDO SILVA, SILVIO CALDAS, CYRO MONTEIRO, ROBERTO SILVA, JAMELÃO, ARACY DE ALMEIDA, CARMEM MIRANDA E ELISETE CARDOSO.
No final dos anos 50, o samba já surge com uma nova vertente que é a BOSSA - NOVA . Neste período a juventude brasileira embarcou em duas viagens: uma na direção do ROCK e outra na direção do JAZZ e das preocupações existenciais e sociais. Nomes como Carlos Lyra e Sergio Ricardo entenderam que era preciso abrir um canal que ligasse a Bossa Nova ao samba. Esta ligação já começara a existir com CARTOLA, um dos fundadores da Mangueira, a mais tradicional de todas as escolas de samba cariocas. Com Cartola, outros veteranos, como Nelson Cavaquinho, voltam à cena.
No bar simples, no centro do Rio, com a boa cozinha de dona Zica, esposa de Cartola e os sambas de Cartola, surge o ZICARTOLA, espaço que proporcionou o aparecimento de uma nova geração de sambistas. Estes aproximaram o samba de acordes dissonantes e alterados, com sofisticações harmônicas influenciadas pelo Jazz norte-americano. Surgem nomes como Paulinho da Viola, Elton Medeiros , Martinho da Vila e Zé Keti.
Em 1964, Armando Costa, Vianninha e Paulo Pontes reuniram num único palco o espetáculo OPINIÃO, com a cantora NARA LEÃO, musa da Bossa Nova, o sambista Zé Keti e o maranhense João do Vale. Mais tarde Nara foi substituída pela estreante Maria Bethania ( irmã de Caetano Veloso ).
Nos anos 70, em meio a festivais de MPB, os talentos do Zicartola consolidaram suas carreiras. Novos nomes surgem beneficiados pela mídia: João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Candeia, Nelson Sargento e Monarco. E novos intérpretes: Beth Carvalho, Alcione e os já falecidos Roberto Ribeiro e Clara Nunes.
BOSSA NOVA
CHEGA DE SAUDADE , João Gilberto, 1958. Foi considerado o início da Bossa Nova. Mas, muitas influências ocorreram para o despontar deste grande movimento. Por exemplo: o arranjo de Radamés Gnatalli para o samba COPACABANA, gravado por Dick Farney. As composições de Garoto, Johnny Alf e Dorival Caymmi. Os violões de Laurindo de Almeida e Valzinho. O elepê Canção de Amor Demais, de Elizeth Cardoso, com músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Foi no ano de 1957 e foi nele que se ouviu pela primeira vez a batida diferente do violão de João Gilberto.
A vida no Rio se deslocava para o beira mar, de Copacabana e Ipanema. E uma nova geração de autores e intérpretes reunia-se nos night-clubs de inspiração americana. DICK FARNEY, LÚCIO ALVES, JOHNNY ALF, JOÃO DONATO, MAYSA, RIBAMAR, SYLVIA TELLES , ANTONIO MARIA, TITO MADI, DOLORES DURAN, NORA NEY E DÓRIS MONTEIRO.
Depois do 78 rpm CHEGA DE SAUDADE, João Gilberto gravou 3 elepês que definiriam o receituário estético do movimento. Segundo Caetano Veloso, aprendemos ali a "pra sempre ser desafinados".
Neste primeiro momento, Bossa Nova eram os compositores Carlos Lyra, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Bonfá, Ronaldo Bôscoli, Marcos e Paulo Sergio Valle, Sergio Ricardo e Durval Ferreira, os cantores João Gilberto, Sylvia Telles e Nara Leão e Astrud Gilberto e músicos como Luizinho Eça , Tenório Jr. e Maurício Einhorm. Mas, logo surgiram novos nomes como: Johnny Alf, Leny Andrade, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho Nogueira, Quarteto Novo ( de Hermeto Paschoal ), os Cariocas, Sergio Mendes , o coreógrafo americano Lennie Dale e o modinheiro e comediante Juca Chaves. Outros talentos se somaram: Aloysio de Oliveira lançou os primeiros trabalhos de Edu Lobo, Baden Powell, Nana Caymmi e Maria Bethania. Surge em 1966, Chico Buarque de Holanda.
O surgimento de Elis Regina e a proliferação de trios à semelhança de Tamba ( piano, baixo e bateria ), com Luiz Eça, Bebeto e Ohana, depois Helcio Milito, como o Zimbo Trio ( Amilson Godoy, Rubens Barsotti e Luiz Chaves ), Sambalanço ( liderado por Cesar Camargo Mariano ), Bossa Três e dezenas de outros, abriram as portas da televisão para a Bossa Nova. Os programas O FINO DA BOSSA e DOIS NA BOSSA confirmavam o acerto da parceria TV - BOSSA NOVA, que desaguaria no período dos festivais de MPB, onde se afirmaram nomes como MIILTON NASCIMENTO, GERALDO VANDRÉ, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, DORI CAYMMI, GONZAGUINHA, EGBERTO GISMONTI, IVAN LINS, SERGIO SAMPAIO, RAUL SEIXAS, ALDIR BLANC, MARIA ALCINA, GUTEMBERG GUARABIRA, JARDS MACALÉ, CAPINAN, NELSON MOTTA, TOQUINHO, PAULINHO DA VIOLA E DANILO CAYMMI, entre tantos compositores e intérpretes.
(Desconheço o autor)