quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PROJETO duo 6emeia






O duo 6emeia foi criado e desenvolvido pelos artistas Anderson Augusto conhecido como SÃO, e Leonardo Delafuente conhecido como Delafuente, moradores do bairro da Barra Funda onde se iniciou o projeto com o intuito da mudança e transformação do cotidiano. O objetivo é modificar o meio no qual todos vivemos propondo um novo olhar e uma reflexão em cima de temas gerados pelo trabalho inusitado e criativo, que consiste em pintar bueiros, postes, tampas de esgoto e qualquer outro objeto que construa o cenário urbano.

Com os bueiros pintados propomos um novo tipo de linguagem entre arte/cidade e arte/pessoas. Colocando a arte a serviço e alcance de todos. Mostrando que até o mais esquecido e indiferente objeto, se olhado com cuidado pode exalar arte. Os bueiros já pintados pelo 6emeia são como gotas coloridas em um imenso balde cinza. O trabalho é bem recebido por moradores e transeuntes dos locais onde são pintados. Afirmando dessa maneira que a arte não necessita necessariamente estar vinculada ou pendurada em paredes de galerias ou museus.

Em uma cidade tensa, confusa e mergulhada em cores como o cinza e bege, o duo 6emeia destoa da paisagem com sua paleta de cores, levando vida e bom humor a todos.


http://www.6emeia.com/

FEFE TALAVERA







Artista plástica e grafiteira paulistana de 31 anos, Fefe Talavera cursou Artes Plásticas, mas sua grande paixão é a arte das ruas. É possível ver sua arte, com adesivos e colagens de cores fortes e letras criativas, em vários locais da cidade de São Paulo.
Seus trabalhos mais conhecidos são colagens feitas a partir de letras tipográficas recortadas dos populares cartazes que são pregados nos muros de São Paulo, anunciando os shows do fim de semana. As obras, de grande apelo visual, são realizadas em nanquim, colagens ou "scratches" (ranhuras sobre vidro pintado).
O repertório de Fefê é vasto, técnico e sempre povoado por monstros inspirados na mitologia maia e azteca, influência da sua ascendência mexicana. Os bichos que desenha são inspirados em "alebrijes", bonecos do artesanato mexicano feitos de papel. "O artista que os criava dizia que isso ajudava a diminuir seus pesadelos", conta. Para Fefe, os bichos feiosos têm efeito semelhante. "Sou uma pessoa violenta e a pintura me faz relaxar", diz.
Antes de deixar sua marca pela cidade, como o mural que fez no interior do Sesc Pinheiros, Fefe conseguiu sua primeira exposição individual, em 2005, na extinta galeria Most. "Ela fazia colagens. Pegava os lambe-lambes que iam para o lixo na gráfica Fidalga, na Vila Madalena, e criava monstros feitos de letras. Era muito original", conta Felipe Yung, antigo dono da galeria.
Ela fez parte da turma que exercitou o traço na rua com os colegas do grafite. Fefe é também uma das poucas mulheres que conseguiram encarar um ambiente (ainda tão) masculino. Graças à sua persistência e ao hábito de expor suas criações em Fotolog e Flickr, ela contabiliza sete exposições individuais e 34 coletivas pelo mundo.

Fontes:

http://tipografos.net/brasil/fefe-talavera.html, acesso em 21 set 2011
www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=32, acesso em 22, set 2011
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/895731-dona-de-arte-visceral-paulistana-fefe-talavera-ganha-o-mundo.shtml acesso em 22,set,2011

Textos para o 2º Ano



Fotos: Alexandre Fukuda
Obras dos grafiteiros "Os Gêmeos" em exposição em São Paulo em 2006


Alunos do 2º Ano
Como muitos e-mails voltaram, resolvi reativar este blog para colocar os textos para vocês. Espero assim facilitar a pesquisa sobre Arte Contemporânea.

GRAFITE

Por Eliene Percília e Sílvio Anaz

A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes, dessa maneira temos relatos e vestígios do mesmo desde o Império Romano. Seu aparecimento na idade contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade, algum tempo depois essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros por sua vez não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro, o estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.
Produto da cultura jovem, a arte do grafite associou-se à música, principalmente ao hip-hop. Por conta disso, várias capas de discos acabaram sendo criadas por grafiteiros e muitos dos grafites urbanos foram inspirados nas canções do gênero.
Nas últimas décadas, ele consolidou-se como uma parte importante da cultura pop e, principalmente, após o reconhecimento do talento e da qualidade dos grafites feitos por Jean-Michel Basquiat, vários outros grafiteiros ganharam espaço em galerias de arte e exposições no mundo inteiro. Mas há ainda muita polêmica. Em importantes centros urbanos, várias medidas legais foram adotadas para se combater a ação de grafiteiros, consideradas como vandalismo. Também, tintas anti-pichação e outros sistemas de proteção têm sido inventados para inibir essa prática. Sinais de que a arte do grafite está ainda longe de ser uma unanimidade.
A Pop Arte foi importante influência na formação do Grafite contemporâneo.

A técnica do estêncil

O uso de estêncil é uma das técnicas mais utilizadas pelos grafiteiros em São Paulo e outros centros urbanos. A partir de uma matriz, desenhada e recortada em um papel suficientemente duro ou outro material, cria-se uma espécie de fôrma ou máscara. Ela é então colocada na superfície a ser grafitada e sobre ela aplica-se a tinta com rolo ou em spray. Muitas vezes, os detalhes são complementados à mão livre. O uso do estêncil tornou-se bastante popular uma vez que é uma técnica rápida e que facilita a disseminação de uma marca pessoal do grafiteiro ou de um grupo. O estêncil ganhou sofisticação com o passar dos tempos, com a inclusão de recursos fotográficos para ampliação e montagem de obras mais complexas. Além disso, a arte de grafitar a partir de uma máscara evoluiu para os adesivos ou stickers, que são normalmente aplicados em telefones públicos e postes.


Grafite e pichação, arte e vandalismo

Ambos são expressões jovens que se manifestam nas ruas. Os dois vêem a cidade como uma imensa tela a ser pintada. Para fazer isso, eles usam praticamente os mesmos materiais. No entanto, pichação e grafite são considerados esteticamente diferentes. E apesar dos dois terem nascido na clandestinidade, enquanto a pichação continua a carregar uma conotação de vandalismo, o grafite já é reconhecido como uma forma de manifestação artística. A partir dos anos 90, muitas administrações municipais e proprietários de negócios, nos principais centros urbanos, inclusive no Brasil, destinaram alguns espaços públicos e fachadas de prédios comerciais e fábricas para que os grafiteiros desenvolvessem suas obras. Mas, os limites entre pichação e grafite são tão tênues e polêmicos que muitas confusões continuam a alimentar essa discussão. Em junho de 2008, alunos do Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo, picharam a fachada da instituição. O ato seria parte do trabalho de conclusão de curso de um dos alunos e teria a intenção de propor rediscutir o conceito de arte. Eles acabaram presos e o autor da idéia, expulso. No começo de julho, também em São Paulo, uma empresa contratada pela Prefeitura, para limpar as pichações pela cidade, apagou os grafites que estavam em um imenso mural numa das principais avenidas da cidade. Entre elas, um trabalho da dupla de grafiteiros “Os Gêmeos”, que têm grafites nas fachadas e muros de Nova Iorque, Londres e outros importantes centros urbanos no exterior. A Prefeitura alegou que foi sem querer. Seja grafite ou pichação, essa ação é considerada crime no Brasil pela Lei dos Crimes Ambientais, com pena de prisão de três meses a um ano e multa.


Principais termos e gírias utilizadas nessa arte:

• Grafiteiro/writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
. Boneco: é o grafite que representa uma figura humana.
• Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúnem para pintar juntos.
. Fame: aquele que já tem o trabalho reconhecido pelos outros grafiteiros.
. Piece: um grafite com pelo menos três cores.
• Tag: é assinatura de grafiteiro.
• Toy: é o grafiteiro iniciante.
• Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.

Fontes de Pesquisa
http://lazer.hsw.uol.com.br/grafite2.htm - acesso em mar 20/03/2011
http://www.brasilescola.com/artes/grafite.htm - acesso em mar 20/03/2011


INTERVENÇÃO

Definição

A noção de intervenção é empregada, no campo das artes, com múltiplos sentidos, não havendo uma única definição para o termo.
Na área de urbanismo e arquitetura, as intervenções urbanas designam programas e projetos que visam à reestruturação, requalificação ou reabilitação funcional e simbólica de regiões ou edificações de uma cidade. A intervenção se dá, assim, sobre uma realidade preexistente, que possui características e configurações específicas, com o objetivo de retomar, alterar ou acrescentar novos usos, funções e propriedades e promover a apropriação da população daquele determinado espaço. Algumas intervenções urbanísticas são planejadas com o intuito de restauração ou requalificação de espaços públicos, como as conhecidas revitalizações de centros históricos, outras objetivam transformações nas dinâmicas socioespaciais, redefinindo funções e projetando novos atributos.
Como prática artística no espaço urbano, a intervenção pode ser considerada uma vertente da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial. Trabalhos de intervenção podem ocorrer em áreas externas ou no interior de edifícios.
O termo intervenção é também usado para qualificar o procedimento de promover interferências em imagens, fotografias, objetos ou obras de arte preexistentes. Intervenção, nesse caso, possui um sentido semelhante à apropriação, contribuição, manipulação, interferência. Colagens, assemblages, montagens, fotografias e desenhos são trabalhos que freqüentemente se valem desse tipo de procedimento.
Os projetos de intervenção são um dos caminhos explorados por um universo bastante diverso de artistas interessados em se aproximar da vida cotidiana, se inserir no tecido social, abrir novas frentes de atuação e visibilidade para os trabalhos de arte fora dos espaços consagrados de atuação, torná-la mais acessível ao público e desestabilizadora e menos mercantilizada e musealizada. Tal tendência, marcante da arte contemporânea, é geradora de uma multiplicidade de experimentações artísticas, pesquisas e propostas conceituais baseadas em questões ligadas às linguagens artísticas, ao circuito da arte ou ao contexto sociopolítico.
As linguagens, técnicas e táticas empregadas nesses trabalhos são bastante heterogêneas. Intervenções podem ser ações efêmeras, eventos participativos em espaços abertos, trabalhos que convidam à interação com o público; inserções na paisagem; ocupações de edifícios ou áreas livres, envolvendo oficinas e debates; performances; instalações; vídeos; trabalhos que se valem de estratégias do campo das artes cênicas para criar uma determinada cena, situação ou relação entre as pessoas, ou da comunicação e da publicidade, como panfletos, cartazes, adesivos (stickers), lambe-lambes; interferências em placas de sinalização de trânsito ou materiais publicitários, diretamente, ou apropriação desses códigos para criação de uma outra linguagem; manifestações de arte de rua, como o grafite.
Diferentes trabalhos de arte podem ser qualificados como intervenção, não havendo, portanto, uma categorização única ou fronteiras rígidas que a separem da instalação, land art, site specific, performance, arte postal, arte xerox, mas sim uma confluência entre as tendências.Tomando o significado do vocábulo intervenção - como ação sobre algo, que acarreta reações diretas ou indiretas; ato de se envolver em uma situação, para evitar ou incentivar que algo aconteça; alteração do estabelecido; interação, intermediação, interferência, incisão, contribuição - podemos destacar alguns aspectos que singularizam essa forma de arte: a relação entre a obra e o meio (espaço e público), a ação imediata sobre determinado tempo e lugar, o intuito de provocar reações e transformações no comportamento, concepções e percepções dos indivíduos, um componente de subversão ou questionamento das normas sociais, o engajamento com proposições políticas ou problemas sociais, a interrupção do curso normal das coisas através da surpresa, do humor, da ironia, da crítica, do estranhamento. A reversibilidade de sua implantação na paisagem, seu caráter efêmero, é outra características das intervenções.
Algumas referências teóricas importantes para essa forma de expressão artística são o movimento situacionista e a fenomenologia, e, entre os movimentos estéticos, o dadaísmo, o minimalismo, a arte povera e a arte conceitual. No plano internacional, entre as diversas práticas artísticas que podem ser identificadas com intervenções estão trabalhos de artistas bastante diferentes, como Richard Long (1945), Christo (1935), Richard Serra (1936) e Gordon Matta-Clark (1943 - 1978). No contexto brasileiro, alguns trabalhos de artistas como Flávio de Carvalho (1899 - 1973), Hélio Oiticica (1937 - 1980), Lygia Clark (1920 - 1988), Cildo Meireles (1948), Artur Barrio (1945), Paulo Bruscky (1949), grupo 3nós3, Dante Veloni (1954), podem ser considerados precursores das intervenções.
Como prática artística, as intervenções se consolidam no Brasil nos anos 1970, com propostas de grupos de artistas como o 3nós3, Viajou sem passaporte e Manga Rosa, que tomaram a cidade como campo de investigação e procuraram expandir o circuito de arte e a noção de obra de arte. Tais ações consistiam geralmente na introdução de elementos estranhos em situações cotidianas, com o objetivo de alterar a ordem habitual e buscar uma comunicação mais direta com o público.
No decorrer dos anos 1990 despontam intervenções orientadas por novas estratégias, trabalhos que mantêm em comum com os realizados em períodos anteriores a procura por alternativas aos circuitos oficiais e em atingir diretamente o público, mas que possuem um caráter marcadamente engajado, voltado a interferir numa situação dada para alterar seu resultado, numa tendência geral conhecida como artivismo. Tais projetos artísticos, geralmente empreendidos por coletivos de artistas existentes nas principais capitais do país, com freqüência se ligam a movimentos sociais ou comunitários, a iniciativas de organizações governamentais ou causas internacionais, como a diminuição da poluição e a crítica à globalização e ao neoliberalismo.
Diversas intervenções artísticas se concretizam sem licença para serem realizadas, por vezes ilicitamente. Tornam-se cada vez mais comuns as intervenções desenvolvidas com a aprovação institucional ou como encomendas especialmente projetadas para um determinado local, financiadas por uma instituição ou instância pública. Estas geralmente ocorrem no interior de museus, centros culturais ou galerias, espaço no qual o artista introduz elementos e materiais imprevistos, ou dispõe objetos corriqueiros, num arranjo inusitado, desvirtuando sua funcionalidade e provocando um estranhamento nos visitantes.

www.itaucultural.org.br/aplicexternas/...ic/index.cfm?...cd...

domingo, 12 de setembro de 2010

Texto para alunos dos 8º Anos A e B - 2010

GRAVURA

A gravura é a impressão de imagens por meio de chapa gravada (matriz ou molde). Gravar é imprimir, estampar, marcar ou assinalar.
O termo gravura é utilizado para vários processos nos quais um desenho é talhado numa placa (madeira, metal, isopor, pedra) e em seguida aplicado numa base.
A gravura permite a multiplicação de tiragens e a divulgação de idéias. Vários artistas brasileiros utilizaram a gravura em suas criações. Podemos citar: Oswaldo Goeldi, Aldemir Martins, Iberê Camargo, Lasar Segall, Mário Gruber, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Carlos Oswald, Cícero Dias, Marcelo Grassman, Renina Hatz e Lívio Abramo.

Renina Katz nasceu no Rio de Janeiro, em 1925.
A artista aborda temas como retirantes, favelas e elementos do cotidiano das cidades.
Além da gravura, trabalha com nanquim, lápis de cor, giz, pastel e aquarela.
As obras de Renina enriqueceram e valorizaram o trabalho com a técnica de gravura no cenário brasileiro.


“A gravura é um meio de expressão de grande força. ainda que se imprimisse apenas uma prova de cada cobre, mesmo assim eu continuaria fiel a esse meio de expressão.”
Pablo Picasso

Oswaldo Goeldi nasceu no Rio de Janeiro em 1895 e morreu em 1961.
Gravador, desenhista e professor, utilizava temas como solidão, silêncio, pescadores, peixes e sobrados para criar suas gravuras.
Ilustrou livros de autores nacionais e estrangeiros. Foi um dos grandes representantes brasileiros da criação de obras por meio da gravura, juntamente com Carlos Oswald e Lívio Abramo.

MODALIDADES DE IMPRESSÃO

A impressão é uma técnica de reprodução e registro de textos e imagens que utiliza uma matriz que pode ser de diferentes denominações.

• Monotipia – é uma técnica de impressão em que obtemos uma única reprodução. Exemplo: aplique tinta sobre um pedaço de vidro, ou metal, fórmica, azulejo ou outra superfície rígida. Depois desenhe o que desejar com um material pontiagudo (palito de dente, caneta esferográfica sem tinta, tampa de caneta). Antes de a tinta secar, comprima uma folha de papel fino sobre toda a superfície. Em seguida, retire-a com delicadeza para não rasgar.

• Xilogravura – é a reprodução de imagens que se utiliza de uma base de madeira. Exemplo: sobre uma placa de madeira macia ou bandeja de isopor descartável, desenhe o motivo desejado com grafite. Faça sulcos usando um instrumento pontiagudo como uma goiva. Cubra com tinta as partes em relevo, utilizando um rolo de impressão. Comprima uma folha de papel ou outro material desejado sobre toda a superfície, com a mão ou uma prensa. Como a base da xilogravura é a madeira, há possibilidade de múltiplas reproduções.

Existem várias outras formas de reprodução, como: tipografia, litografia, ponta-seca, água forte, água-tinta, xérox, silk-screen, escaner, impressora de computador... No dia-a-dia, voc~e encontra com maior facilidade o silk-screen e a xerografia.

• Silk-screen – o processo consiste em fazer passar a tinta por uma tela (de seda, náilon et) para a superfície a ser impressa. A tela é preparada de maneira a só deixar atravessar a tinta nos lugares que devem ser impressos.


• Xerografia – é o processo de reprodução de texto ou imagem através da utilização de máquina xérox, que trabalha com a técnica da fotocondutividade. A primeira máquina xérox foi lançada em 1949 e foi inventada por Chester Flyd Carlson e Otto Kornei. Já a primeira copiadora colorida surgiu em 1973. Atualmente, existem vários modelos de máquina xerox

FOLCLORE – LITERATURA DE CORDEL

A palavra folclore vem do inglês folk (povo) e lore (saber) e significa o conjunto de tradições de um povo que é transmitido oralmente de geração em geração.
São diversas as formas que o povo utiliza para representar suas idéias, suas crenças, sua arte.
A Literatura de cordel é uma dessas manifestações. É um tipo de poesia popular, antigamente oral, e depois impressa em folhetos e vendidos em corda ou cordéis. Surgiu no Brasil por volta de 1890 através dos portugueses. O nome está ligado ao modo de venda dos folhetos, que eram vendidos em cordões de barbante, nas feiras, como ainda acontece em algumas regiões do Brasil. No cordel, o texto é estruturado em versos, geralmente rimados. No início continha peças de teatro. Os temas dos cordéis eram acontecimentos do dia-dia, fatos históricos, lendas, temas religiosos, entre outros. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar um bom cordel nas mãos de poetas competentes.
Este tipo de literatura, no Brasil, apresenta vários aspectos interessantes:
• Suas gravuras (xilogravuras); o que facilita a reprodução artesanal e permite maior divulgação dos livrinhos.
• Divulga a arte do cotidiano, tradições populares e dos autores locais (no Brasil, é típica do nordeste);
• São lidas em sessões públicas e atingem um grande número de exemplares distribuídos, estimulando os hábitos de leitura e combatendo o analfabetismo;
• A tipologia de assuntos que cobrem, críticas sociais e políticas e textos de opinião elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.
• Possui formato equivalente a uma folha de sulfite dobrada em quatro e a utilização do papel tipo jornal.
• A capa é feita em uma única cor e em papel de melhor qualidade.

Exemplos: http://www.pucrs.br/mj/poema-cordel-99.php
Vida de Sertanejo
Abdias Costa Ramos

Na vida do sertanejo
muita coisa acontece
daquelas que enobrece
pela luta pelo ensejo
que às vezes deixa surpreso
quando se ouve falar
é mesmo de admirar
difícil de entender
sua missão é sofrer
desbravando este chão
Prepara a vazante
espera a chuva chegar
cair, na terra penetrar.
sentindo-se confiante
pra ver a terra verdejante
com a enxada na mão
quando ouve um trovão
sente a esperança renascer
sua missão é sofrer
desbravando este chão
(...)


Ao Político Ladrão
João Drummond

No Brasil do mensalão,
Mensaleiro e mensalinho
Jacaré nada de costa,
Urubu sai de fininho
É dinheiro na cueca
No calção, no sapatinho
É ladrão que rouba pobre
E se manda de mansinho.
Todo mundo tá roubando
Deputado, desembargador
Do povão vão zombando
Tenha dó governador.
Significado e desenvolvimento da literatura de cordel
Carlos Soares da Silva

Meu amigo visitante
Preste bastante atenção
Pois falaremos agora
Nessa nossa exposição
Da história do cordel
Que nos traz muita emoção.
Cordel é a tradução
Dada à palavra barbante
Poesia popular
Rimada e interessante
Totalmente nordestina
E muito contagiante.
(...)
-02-
Todo cordel tem gravura
Pra sua capa compor
Chamada xilogravura
Essa arte de valor
Parece mais um carimbo
É cheia de esplendor.
Artistas muito importantes
Destacam-se nessa arte
São os xilogravadores
Como os grandes baluartes
J. Borges e Mestre Dila
Dois artistas de verdade.
(...)

Texto para alunos do 9º Ano 2010 - Cores

O MUNDO FANTÁSTICO DAS CORES

Todo o universo é uma festa maravilhosa de cores. Num campo florido é possível ver uma variedade infinita de formas e cores, estas aparecendo em variadas tonalidades.
No estudo das cores, os gregos parecem ter sido os que primeiro se preocuparam com o fascinante enigma da cor. Já personificavam Íris, mensageira ocasional de Zeus, num luminoso arco-íris mediterrâneo. Sempre que o arco-íris aparecia, achavam que era Íris, vinda do Olimpo com boas notícias mandadas por Zeus.
Muitos séculos mais tarde, surge o gênio de Sir Isaac Newton (1642-1727), filósofo e matemático inglês, explicando aos homens por que o mundo é colorido. Ele descobriu que a luz solar pode decompor-se em vivas e intensas cores. Basta, para isso, fazer passar um raio de luz solar por um prisma triangular de cristal. Ao passar por esse prisma, a luz solar se desdobra em sete cores diferentes: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
A esse conjunto de raios coloridos, resultantes da decomposição da luz do sol, dá-se o nome de ESPECTRO SOLAR.
Outra interessante experiência de Isaac Newton é a da reconstituição da luz branca. Ele construiu um disco de papel dividido em sete setores. Cada setor foi pintado com uma das cores do espectro solar. Girando com rapidez o disco, as cores, ao mesmo tempo que excitariam os olhos, dariam a impressão de um disco branco, reconstituindo-se, desse modo, a cor branca da luz solar.

As cores do mundo: a cor de um objeto

A luz produz certas impressões aos nossos olhos, conforme a sua própria natureza ou segundo o modo pelo qual os corpos a refletem. Essa impressão é o que chamamos de COR.
É, portanto, através da luz que conseguimos ver a cor de um objeto.
Quando a luz do sol incide sobre um objeto, alguns dos raios coloridos que a compõem são absorvidos pelo objeto, enquanto os restantes são refletidos.
ABSORVER quer dizer consumir, esgotar, chupar. Um papel mata-borrão absorve a água, isto é, chupa a água.
REFLETIR significa reproduzir, retroceder, fazer voltar. Os RAIOS REFLETIDOS tornam coloridos os objetos que os refletem.
Assim, um objeto é azul quando ABSORVE todas as cores do espectro solar , menos o azul, ele REFLETE o azul.
Uma flor é amarela porque reflete os raios amarelos da luz branca, absorvendo os raios das cores restantes.
Isto quer dizer que A COR DE UM OBJETO DEPENDE DO RAIO QUE ELE REFLETIR.
Um objeto será preto se não refletir nenhuma parte dos raios luminosos da luz branca, mas absorver todos; será branco o objeto que refletir todas as radiações da luz.
Isto explica porque no calor preferimos as roupas claras. É que elas, refletindo melhor os raios solares, fazendo-os retroceder, são mais frescas. Ao contrário, as roupas escuras, porque absorvem melhor os raios solares, tornam-se mais quentes e são preferidas no tempo de frio.

As cores da natureza: por que o céu é azul?

Na natureza, a luz solar é refletida e difundida pela atmosfera, de tal modo que as cores se apresentam sob as mais variadas formas.
O ar atmosférico que nos cerca detém os raios azuis e violetas que dão a coloração azul do céu. Os raios vermelhos e amarelos nos chegam mais facilmente e criam colorações alaranjadas que vemos no amanhecer e no entardecer. São esses raios que douram ou amorenam os corpos de pessoas que a eles se expõem nas praias, durante os dias claros de verão.
Se observarmos uma paisagem qualquer ─ urbana ou rural ─ veremos que as cores dos objetos e dos seres vão diminuindo de intensidade à medida que esses objetos e seres vão ficando mais distantes. Notaremos que suas cores vão ficando cada vez mais fracas até se confundir numa só cor: o azul acinzentado. Isto se dá pela interposição das camadas de ar que constituem a atmosfera entre os objetos e os nossos olhos. Como já foi dito, a atmosfera detém os raios azuis e violetas. Portanto, quanto mais longe estiver um objeto e os nossos olhos, fazendo com que o azul do ar vá aos poucos predominando sobre a cor natural dos objetos ou seres.

GRAMÁTICA DA COR

As cores quanto à sua natureza

Podemos perceber a s cores:

1. através da emissão de um raio luminoso. Temos então a cor-luz;
2. através de um pigmento. Temos então a cor-pigmento (tinta)

O pigmento de uma cor é a sensação particular que essa cor produz em nossa vida. Assim, ao olharmos para um objeto, podemos dizer que a sua pigmentação é azul ou amarela, conforme a sensação de azul ou amarelo que a sua contemplação nos provoque. O olho humano pode distinguir, no conjunto de todas as cores, 160 pigmentos diferentes.

As Cores Primárias

Os pintores sabem que com três cores apenas  vermelho, amarelo e azul  é possível conseguir todas as outras cores. Por isso, basta que se mistures convenientemente os pigmentos dessas três cores.
Foi esse conhecimento prático, sabido e utilizado há muitos séculos , que serviu de base para a elaboração da teoria das cores primárias.
Cores primárias são aquelas que têm um pigmento-padrão definido e que podem formar todas as outras cores do espectro solar, através de uma combinação conveniente de duas delas, ou seja, são as cores que, misturadas, produzem todas as outras.

As Cores Secundárias ou Binárias

Duas cores primárias, consecutivas e combinadas em partes iguais, formam uma terceira cor, uma cor secundária ou binária. Assim, são cores secundárias:

1. ALARANJADO – combinação de vermelho + amarelo em partes iguais.
2. VERDE – combinação de amarelo + azul em partes iguais.
3. VIOLETA ou ROXO – combinação de vermelho + azul em partes iguais.

Cores Terciárias

Tomando as cores secundárias e combinando-as duas a duas em partes iguais, obteremos as cores terciárias:

1. CASTANHO ou CAMURÇA (também chamado de MARROM AVERMELHADO) – combinação de alaranjado + violeta em partes iguais.
2. AZEITONADO ou CITRINO – combinação de alaranjado + verde em partes iguais.
3. ARDÓSIA ou ACINZENTADO – combinação de verde + violeta em partes iguais.

Cores Neutras

Há cores que combinam com qualquer cor fundamental e de um modo geral são indefinidas. Por isso, dizemos que são CORES NEUTRAS.
São elas: o branco, o preto e o cinza.


O Círculo de Newton

As artes e as indústrias estudam assiduamente os diversos efeitos produzidos pela associação das cores, pois desses efeitos de associação dependem a perfeição das obras de arte e a aceitação dos produtos industriais.
Os efeitos mais simples  suave e violento  podem ser obtidos com a ajuda do círculo de Newton, assim chamado em homenagem ao notável inglês. Nele podemos ver o desenvolvimento da obtenção das cores a partir das três cores primárias.
Na parte interna ficam as cores primárias; na intermediária, as secundárias e na externa, as cores terciárias.

Efeito Violento

Destinados a chamar a atenção (cartazes, decorações exóticas, sinalização de trânsito etc.), os efeitos violentos são obtidos pela associação de uma cor primária com uma secundária oposta: vermelho e verde; azul e alaranjado; amarelo e roxo.

Efeito Suave

Destinados a produzir sensações brandas (vitrais, papel pintado, decorações de interiores etc.), os efeitos suaves se obtêm pela associação de todas as cores resultantes da combinação de uma cor primária.
Exemplo: vermelho:  violeta, alaranjado, castanho (o vermelho é a cor primária, o violeta e o alaranjado são secundárias resultantes do vermelho e o castanho é a cor terciária resultante de alaranjado + violeta).

Influência psicológica das cores

As cores podem influenciar nossa mente através das diferentes sensações que provocam, conforme a sua intensidade e o seu pigmento.
Assim:

VERMELHO  lembra o entusiasmo e o seu dinamismo nos dá as sensações da violência e da paixão.
AMARELO  cor vitalizante e tônica, age contra a tristeza.
VERDE  lembra a tranqüilidade, a calma, a natureza e nos provoca o repouso.
AZUL  uma das cores mais eficazes à tranqüilidade da mente e, geralmente, elimina as idéias fixas.
ALARANJADO  cor estimulante, elimina a indecisão e provoca o arrojo, a aventura, vencendo a timidez.

Gradação de Valores

Cores Quentes e Cores Frias

As cores possuem seus próprios valores cromáticos e o seu valor de intensidade luminosa permite distingui-las entre si.
Deste modo, podemos classificar as cores em quentes e frias.
As cores quentes lembram o fogo, a chama, o sol. São mais vivas e alegres. Transmitem o arrojo, a aventura, a paixão. São o amarelo, o laranja e o vermelho.
As cores frias são mais escuras e tristes; lembram a calma, o repouso, o misticismo. Transmitem tranqüilidade. São o verde, o azul e o violeta.

Tom

Chamamos TOM de um,a cor à mudança obtida através da adição do preto ou do branco a essa cor, resultando assim uma aparência mais clara ou mais escura. Portanto, podemos dizer que o TOM é, também, o grau de aproximação de uma cor para o preto ou para o branco.
Daí resulta a distinção de TOM:

a)- quanto à intensidade  quando depende da quantidade de preto adicionada à cor.
b)- quanto à saturação  quando depende da quantidade de branco adicionada à cor.

Nuança ou Matiz

O verde misturado ao amarelo ou ao azul, que são suas cores vizinhas, seguindo certa proporção, produzirá o verde-amarelado (verde + amarelo) ou verde-azulado (verde + azul). Assim, obtém-se a nuança ou o matiz. Nuança ou matiz, portanto, é a variação da cor quando misturada a outra cor próxima.

Combinação das Cores – Harmonia

Quando combinamos cores e obtemos um conjunto agradável aos nossos olhos, dizemos que as cores combinadas estão em harmonia.
Harmonia é, portanto, a justa combinação entre duas ou mais cores.
De acordo com a técnica da pintura, estas são as principais maneiras de combinar as cores:

1. MONOCROMIA (harmonia monocromática)  harmonia conseguida por penas uma cor, que é aplicada exclusivamente com o auxílio de tons. Esses tons podem ser de intensidade ou saturação (escuros ou claros), ou ambos conjuntamente.
As colorações assim obtidas são também chamadas de pinturas em tom sobre tom.

2. ISOCROMIA (harmonia das cores vizinhas)  representação com uma cor e suas nuanças ou matizes (a cor escolhida combinada com as vizinhas).
Tomando-se, por exemplo, o amarelo como cor predominante, deve-se tomar as suas nuanças (amarelo-esverdeado e amarelo-alaranjado) para colorir o trabalho em isocromia.
Este tipo de harmonia é muito usado na decoração de interiores e na maioria dos trabalhos de composição decorativa.

3. CONTRASTE DAS CORES OPOSTAS  tipo de harmonia em que as cores se valorizam mutuamente, por serem opostas no círculo de Newton. Uma é o complemento da outra.
Nos cartazes, os letreiros são pintados em cores opostas à cor que foi usada como “fundo”. Essa técnica permite a fácil leitura das palavras.
O mesmo tipo de harmonia se emprega no branco e preto, pois são opostas cromaticamente. O preto, por sua vez, valoriza qualquer cor que lhe esteja próxima.

4. POLICROMIA  representação feita com o emprego de todas as cores ou, pelo menos, com o emprego irrestrito de diversos pigmentos.
São exemplos de policromia as telas dos grandes pintores, as fotografias e os filmes coloridos.


Observação: Em qualquer uma das harmonias acima estudadas, podemos usar uma das cores neutras, obtendo assim os mais sugestivos efeitos modernos em matéria de decoração.

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Bibliografia


ABRAHÃO, Luz M. & GONÇALVES, Aurélio T.& MELO, Everardo in Integrando as Artes, vol. 3, Companhia editora Nacional, São Paulo, SP.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

História da Música

A música é sem dúvida um dom do ser humano. Ela esteve (e está) presente em todas as culturas ao longo da história, expressando sentimentos, unindo grupos e sociedades, revelando de forma objetiva, leis universais e espirituais. Fazer música parece ser algo indissociável da condição de ser humano, algo a que todos aspiramos e sentimos uma grande satisfação quando realizamos.

Na sociedade atual, infelizmente, poucos tem tido acesso a um desenvolvimento musical. A música foi por várias décadas banida dos currículos oficiais e raptada do dia a dia das pessoas, para se tornar um artigo de luxo em mega shows e performances de virtuoses. O resultado disso é que um grande número de pessoas se sente impossibilitado de vivenciar de forma plena, como sujeito, todo o prazer e transcendência que a música pode oferecer, mesmo nas suas manifestações mais simples e singelas.

50: Elvis começa o sucesso mundial.

60: Nos anos sessenta os Beatles lançaram o grande álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", que foi um grande sucesso de críticas e de vendas. Os anos sessenta teve a penetração do rock, com isso a música romântica passou a ser qualificada como cafona, principalmente pela juventude da época.

70: Os anos setenta foram palco para vários cantores ditos populares. Em 1977, Billy Joel lançou o álbum "The Stranger", que tinha a música "Just The Way You Are", um dos maiores sucessos da década, ganhando inclusive o Grammy de melhor canção.

80: Nos anos 80 uma das músicas da época de maior sucesso foi "That´s What Friends Are For", gravada por Dionne Warwick em parceria com Gladys Knight, Stevie Wonder e Elton John.
O pop tem começado no fim dos anos 80.

90: O pop retorna com força com Spice Girls e Backstreet Boys .O último gênero de rock a se tornar moda nos 90 foi o metal que misturava rock, rap e música eletrônica. Os maiores grupos foram Korn e Limp Bizkit.

XXI: No século XXI, a música tomou um rumo bem diferente dos séculos passados. Surgiram músicas bem diferentes, que algumas no início tiveram preconceitos, como o rap, o funk, o pagode, o psy trance, etc. Esses estilos tiveram mudanças não só na música, mas também no visual dos jovens de hoje em dia.

Tempo e cultura
pode dar nisso

Assunto: ENC: Música através dos tempos
Para os românticos, realmente.
Bons tempos...
como viverão nossos filhos em 2020 ?

Anos 10 - Ele de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da janela dela,
canta :
"Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento? Quisera
saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento.Quem sabe se és
constante, se ainda é meu teu pensamento e minh'alma toda de fora, da
saudade, agro tormento!"

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Anos 20 - Ele de terno branco e chapéu de palha, embaixo do sobrado em
que ela mora, canta:
"Ó linda imagem, de mulher que me seduz! Ah, se eu pudesse tu estarias
num altar! És a rainha dos meus sonhos és a luz, és malandrinha, não
precisas trabalhar."

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Anos 30 - Ele de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela
mora, canta :
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus
esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor de mais ativo olor,
que na vida és preferida pelo beija-flor"

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Anos 40 - Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para a
Rádio Nacional e manda oferecer a ela uma linda música :
" A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua, costuma se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade
buscar"

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Anos 50 - Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de
uma bela bossa:
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem
e que passa, no doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do
sol de Ipanema.O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda
que eu já vi passar."

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Anos 60 - Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"... Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é
maior que o meu amor nem mais bonito, me desespero a procurar alguma
forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você."

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Anos 70 - Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abre a
porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
" Foi assim, como ver o mar. A primeira vez que os meus olhos, se viram
no teu olhar, quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e
vinha pra ficar... "

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Anos 80 - Ele telefona pra ela e deixa rolar um som :
"Fonte de mel, num olhos de gueixa, Kabuk, máscara. Choque entre o azul
e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol."

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Anos 90 - Ele liga pra ela e deixa gravada uma música, na secretária
eletrônica :
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há
caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a
gente não faz por amor? "

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Ano 2001 - Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por
e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar
muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te
cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim!"

Bons tempos aqueles.....
Bons mesmos!!!
ORIGENS DA MPB
Quando os portugueses embarcaram aqui, já encontraram os índios e sua música, mas a rigor considera-se o início da música popular a partir do ano de 1550. Francisco de Vacas, morador da Capitania do Espírito Santo, foi nomeado provedor da Fazenda e juiz da Alfândega em 1550.Nascido em Portugal em 1530, morreu por volta do ano de 1590. Vacas foi considerado "o primeiro músico de renome e da maior importância na evolução da música popular brasileira". Ele foi citado por Duarte da Costa, em 1555, como "cantor eclesiástico e metido em confusões policiais, tendo inclusive agredido um aluno..."Era bandurrista , viola renascentista, em forma de oito, com cravelha própria.
Portugal deu ao Brasil, o sistema harmônica tonal, desconhecido dos índios , e as primeiras danças européias ( a dança de roda infantil, o reisado e o bumba-meu-boi, entre elas ). Além de ter trazido para cá os instrumentos como a flauta, o cavaquinho e o violão.
Trouxe também para cá o negro da África a partir de 1538. Com os negros, vieram novas danças (jongo, lundu, batuque e diversas outras) e a polirritmia. Aos outros instrumentos se somou o agogô, o ganzá, o agê , o xerê e outros.
Mas foram os jesuítas, os verdadeiros responsáveis pela mistura de influências, através da catequese da Companhia de Jesus. Ainda nesta mistura há outras influências como o espanhol (repertório gaúcho) e do francês ( cantos infantis ).

CHORO
A partir do século XVIII, os modinheiros encantavam a corte com sua melodias suaves e sentimentais. A modinha, de origem portuguesa , foi abrasileirada por gente como o mulato Domingos Caldas Barbosa, o maestro Carlos Gomes, Xisto Bahia, o padre negro José Maurício e , mais tarde Catulo da Paixão. A partir de 1870, nas reuniões musicais, os violões e cavaquinhos começaram a dar um tom abrasileirado às influências européias.
E surge o choro, como gênero. Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e Chiquinha Gonzaga ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões) E surge o choro, como gênero.
Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH (Oden, Apanhei-te Cavaquinho) e CHIQUINHA GONZAGA ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões . PIXINGUINHA que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista. Aos 20 anos, PIXINGUINHA já era autor de Rosa e Sofres porque Queres. Suas músicas,entre centenas: Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água.
Surgem outros nomes como:
Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira ( pistão ), Luiz Americano ( clarinete ) , Abel Ferreira ( saxofone ), Altamiro Carrilho ( flauta transversal ), Waldir Azevedo ( cavaquinho ) , Garoto ( multi - instrumentista ), Luperce Miranda ( bandolim ), Jacob do Bandolim ( bandolim ), etc.
Os grupos de choro tinham uma estrutura harmônica típica de suporte, o que chamamos de regional: um cavaquinho no centro, um ou dois violões de base e um de sete cordas, um pandeiro e um ou dois instrumentos solistas.
Os mais famosos grupos foram os de Benedito Lacerda e Pixinguinha. Também o ÉPOCA DE OURO (com Jacob do Bandolim) e o de Claudionor Cruz.
Foi também nos anos 30 que surgiu, em João Pessoa, a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo. Uma orquestra de sonoridade jazzística que misturava uma típica big-band de textura americanizada (foxes e baladas) com o choro, sambas e frevos.
O choro ficou esquecido nas décadas de 50 e 70. Mas, a partir de 1975 o choro reviveu, surgindo novos grupos.
SAMBA
O samba é a própria identidade nacional brasileira. Desde 1870, o cruzamento de influências entre o lundu ( origem africana ), a polca, a habanera, o maxixe e o tango começou a produzir um tipo de música que tendia ritmicamente para o samba.
Nos fins do século XIX, costumava-se designar como samba as festas de dança de negros escravos. Foi nessa época que começaram a se tornar tradicionais as reuniões nas casas das velhas baianas que haviam emigrado para o Distrito Federal
E destas festas surgem os maiores talentos musicais da época: HEITOR DOS PRAZERES, PIXINGUINHA, DONGA, JOSÉ BARBOSA DA SILVA, JOÃO DA BAIANA e muitos outros.
Surgem novos nomes com os progressos do rádio e do disco. Além de Ismael Silva, Nilton Bastos, Armando Marçal surge FRANCISCO ALVES, como o mais importante cantor da época. Chamado "O REI DA VOZ ", foi durante duas décadas uma espécie de Gardel brasileiro. Sua morte num acidente automobilístico comoveu o país, nos anos 50.
Nos anos 30 surgem nomes como Henrique Foréis ( o Almirante ), Carlos Alberto Braga ( João de Barro ) e Noel Rosa, um menino com o queixo defeituoso e que largou da medicina para se tornar um dos maiores sambistas de todos os tempos. Rádio, música, samba e violão não eram atividades de gente decente, daí os apelidos.
Noel de Medeiros Rosa ( 1910 / 1937 ) deixou mais de 250 músicas em somente 7 anos como compositor. Começou a gravar aos 19 anos e morreu de tuberculose aos 26 anos.

De um encontro entre Noel e Ismael surge uma nova forma de fazer samba, que misturava o morro e a cidade. Noel contribuiu para uma estruturação do que podemos chamar de samba urbano, que influenciaria compositores como Ary Barroso ( Minas ), Dorival Caymmi ( Bahia ) e mais tarde Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Do Estácio surgem nomes como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Geraldo Pereira.
Dos anos 30 aos anos 50, o samba experimentou outras nuances,com os nomes de Ary Barroso ( AQUARELA DO BRASIL ) e Dorival Caymmi e Moreira da Silva com o Samba-de-breque, propositalmente concebido com alguns "buracos " a serem preenchidos por um tipo malandro de improviso. A maior parte dos compositores não gravavam suas próprias músicas, ficando a cargo de cantos e intérpretes a divulgação de suas músicas. Temos então nomes como : MÁRIO REIS, ORLANDO SILVA, SILVIO CALDAS, CYRO MONTEIRO, ROBERTO SILVA, JAMELÃO, ARACY DE ALMEIDA, CARMEM MIRANDA E ELISETE CARDOSO.

No final dos anos 50, o samba já surge com uma nova vertente que é a BOSSA - NOVA . Neste período a juventude brasileira embarcou em duas viagens: uma na direção do ROCK e outra na direção do JAZZ e das preocupações existenciais e sociais. Nomes como Carlos Lyra e Sergio Ricardo entenderam que era preciso abrir um canal que ligasse a Bossa Nova ao samba. Esta ligação já começara a existir com CARTOLA, um dos fundadores da Mangueira, a mais tradicional de todas as escolas de samba cariocas. Com Cartola, outros veteranos, como Nelson Cavaquinho, voltam à cena.
No bar simples, no centro do Rio, com a boa cozinha de dona Zica, esposa de Cartola e os sambas de Cartola, surge o ZICARTOLA, espaço que proporcionou o aparecimento de uma nova geração de sambistas. Estes aproximaram o samba de acordes dissonantes e alterados, com sofisticações harmônicas influenciadas pelo Jazz norte-americano. Surgem nomes como Paulinho da Viola, Elton Medeiros , Martinho da Vila e Zé Keti.
Em 1964, Armando Costa, Vianninha e Paulo Pontes reuniram num único palco o espetáculo OPINIÃO, com a cantora NARA LEÃO, musa da Bossa Nova, o sambista Zé Keti e o maranhense João do Vale. Mais tarde Nara foi substituída pela estreante Maria Bethania ( irmã de Caetano Veloso ).
Nos anos 70, em meio a festivais de MPB, os talentos do Zicartola consolidaram suas carreiras. Novos nomes surgem beneficiados pela mídia: João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Candeia, Nelson Sargento e Monarco. E novos intérpretes: Beth Carvalho, Alcione e os já falecidos Roberto Ribeiro e Clara Nunes.


BOSSA NOVA
CHEGA DE SAUDADE , João Gilberto, 1958. Foi considerado o início da Bossa Nova. Mas, muitas influências ocorreram para o despontar deste grande movimento. Por exemplo: o arranjo de Radamés Gnatalli para o samba COPACABANA, gravado por Dick Farney. As composições de Garoto, Johnny Alf e Dorival Caymmi. Os violões de Laurindo de Almeida e Valzinho. O elepê Canção de Amor Demais, de Elizeth Cardoso, com músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Foi no ano de 1957 e foi nele que se ouviu pela primeira vez a batida diferente do violão de João Gilberto.
A vida no Rio se deslocava para o beira mar, de Copacabana e Ipanema. E uma nova geração de autores e intérpretes reunia-se nos night-clubs de inspiração americana. DICK FARNEY, LÚCIO ALVES, JOHNNY ALF, JOÃO DONATO, MAYSA, RIBAMAR, SYLVIA TELLES , ANTONIO MARIA, TITO MADI, DOLORES DURAN, NORA NEY E DÓRIS MONTEIRO.
Depois do 78 rpm CHEGA DE SAUDADE, João Gilberto gravou 3 elepês que definiriam o receituário estético do movimento. Segundo Caetano Veloso, aprendemos ali a "pra sempre ser desafinados".
Neste primeiro momento, Bossa Nova eram os compositores Carlos Lyra, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Bonfá, Ronaldo Bôscoli, Marcos e Paulo Sergio Valle, Sergio Ricardo e Durval Ferreira, os cantores João Gilberto, Sylvia Telles e Nara Leão e Astrud Gilberto e músicos como Luizinho Eça , Tenório Jr. e Maurício Einhorm. Mas, logo surgiram novos nomes como: Johnny Alf, Leny Andrade, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho Nogueira, Quarteto Novo ( de Hermeto Paschoal ), os Cariocas, Sergio Mendes , o coreógrafo americano Lennie Dale e o modinheiro e comediante Juca Chaves. Outros talentos se somaram: Aloysio de Oliveira lançou os primeiros trabalhos de Edu Lobo, Baden Powell, Nana Caymmi e Maria Bethania. Surge em 1966, Chico Buarque de Holanda.
O surgimento de Elis Regina e a proliferação de trios à semelhança de Tamba ( piano, baixo e bateria ), com Luiz Eça, Bebeto e Ohana, depois Helcio Milito, como o Zimbo Trio ( Amilson Godoy, Rubens Barsotti e Luiz Chaves ), Sambalanço ( liderado por Cesar Camargo Mariano ), Bossa Três e dezenas de outros, abriram as portas da televisão para a Bossa Nova. Os programas O FINO DA BOSSA e DOIS NA BOSSA confirmavam o acerto da parceria TV - BOSSA NOVA, que desaguaria no período dos festivais de MPB, onde se afirmaram nomes como MIILTON NASCIMENTO, GERALDO VANDRÉ, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, DORI CAYMMI, GONZAGUINHA, EGBERTO GISMONTI, IVAN LINS, SERGIO SAMPAIO, RAUL SEIXAS, ALDIR BLANC, MARIA ALCINA, GUTEMBERG GUARABIRA, JARDS MACALÉ, CAPINAN, NELSON MOTTA, TOQUINHO, PAULINHO DA VIOLA E DANILO CAYMMI, entre tantos compositores e intérpretes.
(Desconheço o autor)